Isto está no livro Matemática Divertida e Curiosa, de Malba Tahan (Editora Record, 2006). Utilizando álgebra, é feita essa afirmação:
2 = 3
Ora, como? O método de provar é o seguinte. Todos devem concordar que:
2 – 2 = 3 – 3
Devemos lembrar também que essa igualdade pode ser escrita desta forma:
2(1 – 1) = 3(1 – 1)
Algebricamente, podemos cancelar os membros (1 – 1) dessa igualdade, dividindo em ambos os lados por (1 - 1),
2(1 – 1) / (1 – 1) = 3(1 – 1) / (1 – 1)
E assim obtemos:
2 = 3
Está provado esse absurdo!
No entanto, cometemos outro absurdo (ou falácia) que foi dividir por (1 – 1), ou seja, uma divisão por zero que dá uma indefinição.
Isto é considerado um sofisma algébrico. E o que é um sofisma?
O sofisma é um assunto bastante extenso e complexo, e é tratado pela Filosofia. Originalmente, o termo está associado à sabedoria (sapientia) e os que a praticavam eram considerados “sábios”. No entanto, a partir das definições de Platão e Aristóteles, o termo ganhou o sentido de desonestidade intelectual, sendo que os praticantes de sofisma não estavam interessados na verdade, mas apenas em vencer discussões.
Assim, o sofisma passou a ser visto como argumento ou raciocínio concebido com o objetivo de produzir a ilusão da verdade, que, embora simule um acordo com as regras da lógica, apresenta, na realidade, uma estrutura interna inconsistente, incorreta e deliberadamente enganosa. E os sofismas procuram ludibriar na retórica para induzir a uma conclusão errônea. Exemplo: "Se o amor é cego, e Deus é amor, então Deus é cego."
Os sofismas sempre foram praticados pela humanidade. E praticamos sofismas, em todos os campos. E se pratica no mundo dos negócios, para se convencer o cliente. E acho que na política nunca se valeu tanto dos sofismas, como atualmente. Nas discussões políticas na internet, podemos ver uma infinidade de memes, todos baseados em sofismas. E no amor, até no amor, pra se convencer o ente querido, também se pratica sofisma. Mas, isso já é assunto para uma outra detalhada e extensa conversa.
Luiz Felipe Rezende
Pintura: A Escola de Atenas, por Rafael
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